Dart Eventos: Silicon Valley Conference

Ricardo Figueiredo

No dia 1º de abril, fomos em um circuito de palestras em São Paulo. O tema principal girou em torno de Startups e como funciona a cultura delas no Vale do Silício (São Francisco — EUA). A empresa organizadora do evento foi a StartSe (www.startse.com.br), que forma o maior ecossistema de startups do Brasil, criando oportunidades, educando e conectando empreendedores, investidores com as startups. Além disso a StartSe oferece pacotes para levar empresários até o Vale do Silício, para que entendam a cultura de trabalho do local, conheçam startups e empresas que estão sediadas lá.

Durante o dia tivemos 12 palestrantes, cada um de um segmento diferente, que nos trouxe um pouco de inovação e cultura. Separei o que, na minha opinião, se destacou mais em cada um dos itens:

Inovação

É inegável que as empresas que levam escritórios para o Vale do Silício estão com foco em buscar ou criar ferramentas de inovação. O Google é uma delas, que com seu projeto Google X, que procura inovações pensando daqui 15 ou 20 anos. A preocupação principal é como mudar o mundo para as próximas gerações.

Os projetos mais ousados do Google são chamados de “Moonshots”, que consistem em ideias grandiosas e arrojadas. Um exemplo disso é projeto Loon, que basicamente consiste em enviar balões, que usarão os ventos da estratosfera, para levar internet gratuita para todos os cantos do mundo. Outro exemplo é o projeto Makani, que está desenvolvendo aparelhos (que são chamados de pipas) que chegam a altitudes onde os ventos são mais fortes. Isso faz com que turbinas sejam acionadas gerando energia limpa. Hoje a energia eólica já é utilizada em muitos países, inclusive no Brasil, mas a proposta é tornar a instalação mais barata e captar mais vento, consequentemente, gerando mais energia.

Outro projeto, que me chamou a atenção, foi o Varely. É uma lente de contato que lê e faz um mapeamento da nossa saúde. Identifica potenciais doenças ou alterações no organismo. Esse tipo de projeto tem o objetivo de trabalhar com a medicina preventiva, diminuindo internações e mortes.

Para saber mais sobre os projetos do Google X, pode acessar o https://x.company/.

As impressoras 3D ganham cada vez mais destaque na região. Basicamente, os estudos e testes pretendem substituir a compra de peças nos mercados, por imprima você mesmo sua peça de reposição. Um exemplo foi dado de uma empresa no Vale do Silício, que comprou 5 impressoras 3D (de escala industrial) para produzir “OnDemand” (sob demanda) as peças que seus clientes precisam. Isso diminui o tempo de produção e o estoque, por que as peças são produzidas baseadas nos pedidos. Com o tempo, essa mesma empresa começou a imprimir as peças de reposição para suas próprias impressoras. Na mente dos visionários, em um futuro próximo, nós poderemos imprimir móveis, utensílios ou peças que tenham se quebrado em nossos lares.

Inteligência artificial é fascinante e tem ganhado cada vez mais projetos. De carros que dirigem sozinhos até robôs que cuidam de pacientes com deficiência física, o ser humano desenvolve alternativas para a utilização de máquinas trabalhando para colaborar com nosso desenvolvimento. Hoje temos o projeto da Tesla, que oferece um carro totalmente inteligente, a ponto de sair da garagem, ir ao trabalho, sem que o motorista coloque as mãos no volante. O Google car, já opera em São Francisco, e não existe volante no carro, somente dois acentos.

Ainda existem muitas questões sendo discutidas, quanto aos pontos positivos e negativos da inteligência artificial, mas ela já é uma realidade e está abrindo novas fronteiras.

Cultura

A cultura no Vale do Silício é algo, que na minha opinião, deveria ser absorvido por todas as pessoas e empresas. A cooperação se torna algo comum e vou explicar como. Imagine um prédio com centenas de empresas, onde essas empresas trocam experiências, conversam, trocam fracassos e sucessos. Obviamente os segredos dos produtos e algumas estratégias, ainda precisam de certo sigilo, mas os testes, tecnologias utilizadas e um punhado de experimentos são compartilhados.

Um exemplo disso é o Banco do Brasil, que em 2015 montou um escritório no Vale do Silício, em busca de novas tendências e tecnologias para seus serviços online. Os números falam por si só: Em 2015 o aplicativo do banco possuía 5 milhões de usuários, em 2016 passou para 10 milhões e a previsão para esse ano é de 15 milhões. É evidente que estratégias de marketing e penetração de mercado também fazem parte dessa equação, mas não tiram o fato que a busca por usabilidade que encontraram no Vale, colaborou com o crescimento.

O cooperar fica mais evidente quando a equipe do banco do Brasil diz que troca ideias com a equipe do Banco Original. Nesse contexto, a troca de experiências não prejudica os negócios das empresas, mas colabora para seu crescimento e aprimoramento.

Diversas startups se conversam, e essas mesmas conversam com grandes empresas, o acesso a informação está a um café de distância. Grandes projetos surgem de simples conversas e troca de ideias. O que me impressionou é que estamos acostumados a um formato de reclusão, onde os projetos são segredos de mercado. Se conseguirmos mudar o ângulo de visão, podemos ver que não conseguimos inventar a roda, mas podemos melhorá-la e as experiências de quem aplica ou tentou aplicar, pode ajudar a desenvolver cada vez mais projetos que causam impacto.

Fotos do evento e palestras

Algumas das empresas que estão instaladas no Vale do Silício

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